Tem um homem do qual me lembro faz muuuuito tempo e com quem tenho muuuuitas coisas em comum. Ele morre de cócegas nos pés e tem um frio, mais um frio tão grande quanto ele (e olha que ele é grande hein), ele é viciado em doces e acorda com um sorrisão no rosto.
Lembro de suas mãos calejadas e de seus braços cansados, que mesmo ao final de um dia de labuta jamais se recusaram a me dar um abraço carinhoso e sincero - e como é bom aquele abraço! - Lembro de sua barba por fazer, uma barba branquinha com a qual ele adora me fazer cócegas.
Assim como o Sheldon ele tem seu canto especial, um sofá lá no canto da sala - tenho a impressão que dali ele vê o mundo inteiro. Descubro o que é paz quando fico ali do lado dele fazendo cafuné e bagunçando os cabelos que sobrevivem ao redor da charmosa careca e ele ali sempre paciente, rindo e me zuando.
Quando chego eu vejo seu motorádio narrando o jogo do São Paulo, a TV transmitindo qualquer coisa e ele sentado tocando violão e resmungando - TUDO AO MESMO TEMPO - eu entendo porque sou hiperativa.
Ele não sabe ler e nem escrever, mas quando começa a contar seus causos eu duvido disso e sempre acho que ele devorou os livros do Guimarães Rosa, pois conhece tanto desses sertões. E eu sou capaz de ficar ali por horas ouvindo sobre a Mãe D´agua, os bailes em que ele ia, os carros de boi que fazia...e acho que nunca vou cansar, até mesmo quando ele repete a história - que nem lembra já ter contado.
Enfim, esse homem é meu Vô Pedro e tudo isso é pra lembrar que amanhã é aniversário dele, um cara tão especial que me faz sentir uma velha quando vejo a energia que ele tem.
Parabéns por esses 96 anos muito bem vividos!!!
Te amooooooooo!!!
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